Análise do Mercado – 21/02/2011

Hoje é feriado nos Estados Unidos, comemora-se o “President Day”, portanto, o mercado financeiro está fechado e, consequentemente, o nosso mercado, em especial a BOVESPA, opera sem importante referencial…

Hoje é feriado nos Estados Unidos, comemora-se o “President Day”, portanto, o mercado financeiro está fechado e, consequentemente, o nosso mercado, em especial a BOVESPA, opera sem importante referencial.

As propostas apresentadas no G-20 já eram mencionadas desde a Coréia, pouca coisa foi acrescentada, e, nos pontos antagônicos, onde os interesses dos países ricos que querem conter o avanço dos países emergentes, não houve consenso, como limite a reservas internacionais como indicador de referência para medir desequilíbrios, assim como regulação sobre as “commodities”, que têm seus preços em continua elevação, mas, a rigor, retomando níveis da década de 80, quando caíram repercutindo negativamente para os países produtores, entre os quais o Brasil.

A questão do câmbio, aceito na pauta das discussões, nos parece distante de solução, de vez que “intenções” não conseguirão reordenar paridades, visto que os desequilíbrios entre as principais economias do mundo se acentuaram e isto é reflexo, salvo no caso da China, que ainda administra o preço da sua moeda a sua conveniência e interesse direto.

A criação de indicadores para tentar medir e controlar desequilíbrios incluindo taxa de câmbio, juro básico e política fiscal, tende a ser um debate em que o Brasil pode não se sentir confortável, pois ficará evidente que tem países que com seus juros baixos deprimem o preço de suas moedas, da mesma forma que tem países que com seus juros altos apreciam o preço de suas moedas, e o Brasil, que faz um esforço enorme na política fiscal, tem notória distorção no juro elevado que pratica e que atrai investidores, que fomentam a apreciação do real.

No câmbio, o BC continua utilizando o seu “arsenal”, com o tripé “leilão de compra no físico à vista”; leilão de compra a termo no físico e leilão de “swaps cambiais” no futuro da BM&F, com o preço da moeda americana mostrando-se totalmente insensível à artilharia que ocorre no seu entorno, como ocorreu na última sexta-feira.

Esta estratégia é basicamente estabilizadora do preço da moeda americana no nosso mercado, tendo alguma relevância pelo fato de sustentar o preço evitando mais apreciação do real, mas sem nenhuma capacidade de apreciar o preço da moeda americana.

Contudo, é bom observar como temos mencionado, na ponta final, tanto as compras a termo no mercado físico, quanto os “swaps cambiais reversos”, têm forte capacidade de apreciar intensamente o real, na ocorrência dos vencimentos.

Hoje o BC já anunciou 2 leilões de compra a termo, mas dos quais não se deve esperar nada de relevante como impacto no preço da moeda americana.

Parece-nos claro que não é pela taxa cambial que o governo conseguirá incentivar os exportadores de manufaturas, e sim, através de desonerações fiscais sobre os produtos exportáveis.

Como já havíamos antecipado na semana anterior, o Boletim FOCUS, que informa a mediana da projeção de 100 instituições financeiras, reduz a projeção do preço do US$ para o final do ano de R$ 1,72 para R$ 1,70, e, certamente, alterará esta projeção para um pouco abaixo sancionando assim a percepção sobre o baixo alcance do “arsenal” do BC para determinar uma valorização da moeda americana no nosso mercado.

O FOCUS ainda mantém a projeção de crescimento do PIB em 4,5%, porém inúmeros analistas do mercado financeiro já trabalham com prognóstico menor.

No quesito inflação pelo IPCA elevou a projeção para 2011 de 5,75% para 5,79%, mas para os próximos 12 meses projeta um IPCA em queda tendo alterado-o de 5,46% para 5,41%.

 

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