As questões centrais de incertezas relevantes presentes no cenário global perduram sem solução, mas os movimentos defensivos acabam por depreciar os preços dos ativos a ponto de torná-los atrativos, então basta um ou outro indicador positivo…
As questões centrais de incertezas relevantes presentes no cenário global perduram sem solução, mas os movimentos defensivos acabam por depreciar os preços dos ativos a ponto de torná-los atrativos, então basta um ou outro indicador positivo e o humor revigora-se, sem perder contudo a vulnerabilidade, dada a ausência de fundamentos sustentáveis.
As bolsas globais retomam a linha do azul e os T-Bills americanos de 10 anos fecham suas curvas de juros “yeld” com a queda destes papéis, ao mesmo tempo em que o dólar volta a perder preço frente ao Euro e Libra Esterlina, mas, o ouro, refúgio natural nos momentos de crises e incertezas não cede e sustenta alta no preço, tendo atingido US$ 1,610.70 a onça troy para entrega agosto, no intraday, cedendo para US$ 1,603.20, patamar acima do de ontem.
A combalida economia americana no seu segmento de construção civil emitiu sinais melhores com construção de residências novas em dado anualizado atingindo 629 mil e alvarás para novas construções 624 mil, números bem acima das projeções dos analistas que estimavam em 570 mil e 609 mil respectivamente. Além disto, alguns resultados corporativos melhores também passam a ser supervalorizados.
As questões problemáticas presentes na Europa, tendo a Grécia como ponto central, mas rodeada de “problemas emergentes”, e, a discussão acirrada de republicanos e democratas nos Estados Unidos não conseguindo atingir um acordo para o teto do endividamento americano, continuam tão presentes hoje quanto ontem, por isso não faz muito senso os movimentos de melhora de humor.
Evidentemente que os mercados globais observam, agora, em especial a questão americana, mas o fato e a perspectiva de um impasse definitivo ainda não foram precificados, visto que ninguém crê que os Estados Unidos possam ser levados ao “default”, porque, em ultima instância, “liga a máquina de emitir” e paga as contas, mas a forma, mesmo sem o “default”, traria desconforto para o mercado.
Portanto, o clima pode parecer melhor, mas na realidade a única certeza presente é que as incertezas continuam as mesmas e sem avanços concretos.
No Brasil é dia do inicio da reunião do COPOM que amanhã concluirá sua decisão acerca da taxa de juro SELIC, que deverá ser anunciada pós-mercado.
O consenso aponta alta, com prevalência do 0,25%, mas, dependendo da base fundamentalista que se usar, há espaço para 0,50% ou até mesmo para nenhuma mudança, o que revelaria maior cautela por parte da autoridade monetária ante o cenário global eivado de duvidas e incertezas. Ou quem sabe, algo que não é feito a muito tempo, inalterada com viés de alta, para aguardar a solução americana e da zona do euro.
O fato é que a melhora do humor externo, ainda que sobre bases frágeis, esta evitando que a nossa BOVESPA continue em sua rota de queda, mas não parece descartada a possibilidade de perder esta sustentabilidade e reposicionar-se em linha de queda. Embora os preços possam estar depreciados, num ambiente de economia perdendo ritmo resta pouco de atratividade para o investidor, já que as “commodities” estão muito voláteis.
O mercado de câmbio, que reduziu substantivamente o seu volume de giro no interbancário após a vigência da nova formulação de cálculo da PTax, parece estar em estado de “observação” a espera de algo que está por vir e não vem, e, desta forma gira no interbancário volumes entre US$ 1,0 Bi e US$ 1,5 Bi, mantém a cotação do preço da moeda americana no entorno de R$ 1,57/1,58, não revelando mudanças nos posicionamentos líquidos no mercado de derivativos a quase 2 semanas.
