Análise do Mercado – 16/05/2011

Muita volatilidade amparada em vasto arsenal de fatos e indicadores que recomendam cautela dos investidores, com o comportamento dos preços das “commodities” amplamente focado, já que vem sinalizando que podem estar na…

Muita volatilidade amparada em vasto arsenal de fatos e indicadores que recomendam cautela dos investidores, com o comportamento dos preços das “commodities” amplamente focado, já que vem sinalizando que podem estar na iminência do ajuste para baixo que será inevitável, a partir da convicção de que o crescimento da economia mundial será menor do que vinha sendo projetado, o que faz com que a forte especulação que tem sido praticaDA perca sustentabilidade.

Os analistas estão até desenvolvendo conceitos de “risco petróleo”, pois as oscilações nos preços desta “commodity” causam impactos diferentes nas inúmeras economias, tendo, portanto, maior peso numas do que noutras, na razão direta de suas dependências do produto e seus derivados.

Da Ásia vêm sinais de que o governo da China pode estar mais preocupado com a inflação e menos com o ritmo de crescimento do seu PIB, e isto impacta na área, mas também na economia mundial. Na Europa, dificuldades antigas se renovam envolvendo os países periféricos, parecendo mesmo inevitável, que o problema de todos seja analisado de forma conjunta e a partir daí que os “financiadores” dos déficits fiscais incontroláveis passem a ter um maior grau de intervenção.

Nos Estados Unidos, indicadores econômicos desapontadores sobre a atividade econômica, hoje novamente com a queda da atividade industrial no Estado de New York. Além disto, o governo americano anunciou ter chegado ao nível máximo legal de endividamento, o que é um fato absolutamente relevante, pois é limitante da atuação do mesmo.

Este dado pode impactar desvalorizando os T-Bills e, como consequência, abrindo as taxas de juros “yeld”, que, como natural, se valorizam quando o papel perde preço.

E os emergentes vêm enfrentando o problema da inflação, com alguns precisando necessariamente diminuir o ritmo, até por problemas de infraestrutura inadequada para dar sustentabilidade ao ritmo que vinha crescendo, caso típico do Brasil.

O “desarme da especulação” nas “commodities” é algo preocupante para a economia global, pois poderá provocar perdas fortes a muitos “players” que estão fortemente alavancados.

Este quadro, portanto, como salientamos fica tendente à volatilidade e nenhuma tendência sustentável, já que os comportamentos passam a repercutir fatores de curtíssimo prazo e pontuais.

Uma efetiva queda no preço das “commodities” pode representar uma substantiva ajuda para a queda da inflação brasileira, porém afetará os saldos de balança comercial.

No Brasil, os dados divulgados hoje pelo BOLETIM FOCUS, que revela as medianas das projeções de 100 instituições financeiras, insinuam um viés de melhora nas perspectivas inflacionárias, evidenciando uma mudança de comportamento na análise das medidas que o governo vem adotando para conter as pressões da inflação, passando a ajustar os indicadores para baixo. Para o IPCA nos próximos 12 mês reduziu-se de 5,27% para 5,22%; para o ano de 6,33% para 6,31%. A taxa de câmbio foi mantida em R$ 1,62 para o final do ano, na mesma linha a taxa SELIC em 12,50% , o crescimento do PIB em 4,0%, o déficit em conta corrente de US$ 60,0 Bi e os IED´s em US$ 50,0 Bi. Melhora na balança comercial de US$ 18,0 Bi para US$ 19,5 Bi.

Perdura no mercado de derivativos o posicionamento “vendido” dos “hedge funds” da ordem de US$ 10,5 Bi, parecendo existir efetivas dificuldades para mudança deste posicionamento, dada a baixa liquidez do mercado de câmbio à vista.

Este fator vem se mantendo como uma das causas da apreciação que ocorreu no preço da moeda americana no mercado de câmbio físico, que acaba afetado pelas pressões advindas do mercado de cupom cambial-DDI, já que a liquidez é baixa.

No patamar atual do preço do dólar em torno de R$ 1,62/1,63 confrontando com R$ 1,57, onde já esteve, o impacto inflacionário deve ser em torno de 0,25%.

A balança comercial revelou na 2ª semana de maio superávit de US$ 1,49 Bi, acumulando US$ 2,46 Bi no mês e US$ 7,49 Bi no ano.

Tudo leva a crer que a moeda americana deva permanecer no entorno de R$ 1,62 a R$ 1,63, não devendo recuar enquanto prevalecer o posicionamento “vendido” dos “hedge funds” no mercado futuro/derivativos, e, não se espera que aumente a liquidez do mercado de câmbio à vista.

 

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