Análise do Mercado – 13/12/2010

Nesta semana teremos, quinta-feira, a Ata da mais recente reunião do COPOM que decidiu pela manutenção da taxa SELIC em 10,75%, fundamentando esta decisão na necessidade de avaliar os efeitos na economia das recentes medidas “prudenciais”…

Nesta semana teremos, quinta-feira, a Ata da mais recente reunião do COPOM que decidiu pela manutenção da taxa SELIC em 10,75%, fundamentando esta decisão na necessidade de avaliar os efeitos na economia das recentes medidas “prudenciais” adotadas pelo BC aumentando os depósitos compulsórios dos bancos, portanto, reduzindo a liquidez e interferindo nos prazos de concessão de crédito ao consumir pessoa física.

Acreditamos que o teor da Ata não apresente nada de diferente do fundamento já externado, sendo sensato admitir-se, que provavelmente, não haverá insinuações de medidas que poderão vir a ser adotadas, já que, embora ainda com grande parte do mesmo contingente, o BC já estará sob nova Presidência, e, da mesma forma o país. Caberá ao novo governo e ao BC a conclusão avaliatória do resultado das medidas adotadas, estimadas pelo governo com potencial equivalente a uma alta de 1,0% na SELIC, mas isto só o transcorrer do tempo poderá confirmar.

Na quinta-feira também, o Ministério da Fazenda deverá anunciar o “pacote” com medidas de longo prazo, focando a facilitação da captação e redução de impostos para estimular os financiamentos longos a custo menor.

Importante destacar que o Serasa Experian apurou que a inadimplência do consumidor cresceu em novembro e é a maior em 5 anos, o que valida a necessidade das medidas adotadas pelo governo, mitigando os riscos de “bolhas” no crédito.

Portanto, a despeito da continuidade dos sinais de pressões inflacionárias, confirmadas pela 1ª prévia do IGP-M em dezembro marcando 0,83%, com o varejo pressionando, não é possível ainda considerar-se como certa a ocorrência de alta da SELIC na reunião de janeiro.

Parece-nos que o novo governo poderá trabalhar com estratégias múltiplas para conter as pressões inflacionárias, sendo que o juro poderá ser uma delas, mas não a única e preferencial.

Dias atrás mencionamos que o Brasil poderia vir a adotar procedimentos mais próximos aos da China, que procura, preferencialmente, interferir nos níveis de liquidez e menos no juro, exatamente como ocorre agora, quando apurou uma inflação anual em novembro da ordem de 5,1%, maior nível em 28 meses, já pressentida, e que levou o governo chinês a elevar o compulsório dos bancos e não ter validado a esperada elevação do juro.

Esta decisão da China recolocou os mercados asiáticos e europeus em linha de otimismo.

Nos Estados Unidos ainda perduram as dúvidas em torno da aprovação da prorrogação dos estímulos fiscais concedidos pelo Presidente Bush, com os democratas demonstrando divergência em relação ao acordo estabelecido pelo Presidente Barack Obama e os republicanos. Este fato afeta parcialmente o humor, porém sem torná-lo negativo.

Amanhã, Ben Bernanke, Presidente do FED americano, se pronunciará outra vez. Parece-nos certo que, a despeito de ser o centro das críticas, o FED não alterará sua estratégia do “quantitative easing 2”, que na ponta pode determinar nova rodada de desvalorização do dólar.

Esta tende a ser a semana para conclusão da finalização dos negócios do ano na área do câmbio, já intensificada na semana última, mas tudo leva a crer que não haverá novidades no preço da moeda americana que deverá flutuar entre R$ 1,70 a R$ 1,75.

Se novidade houver, poderá vir da maior apreciação do real, caindo então o preço abaixo de R$ 1,70 no fechamento do ano, já que um câmbio mais desvalorizado neste momento causa poucos “danos” e contribui sobremaneira para o governo controlar no curtíssimo prazo às pressões inflacionárias presentes.

 

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