A reação da formação de taxa de câmbio no mercado foi absolutamente compatível com a expectativa de que o fluxo cambial deve melhorar para o Brasil, de imediato, com os ingressos de Pagamentos Antecipados de Exportações, e de forma mais lenta, com os ingressos de Empréstimos com o prazo de 1 ano + 1 dia, e esta expectativa repercutiu
A reação da formação de taxa de câmbio no mercado foi absolutamente compatível com a expectativa de que o fluxo cambial deve melhorar para o Brasil, de imediato, com os ingressos de Pagamentos Antecipados de Exportações, e de forma mais lenta, com os ingressos de Empréstimos com o prazo de 1 ano + 1 dia, e esta expectativa repercutiu fazendo o preço da moeda americana retrair-se ao entorno de R$ 2,07, no primeiro momento.
Contudo, a relação causa-efeito das medidas liberatórias adotadas pelo BC e MF demandam uns dias para gradualmente se tornarem impactantes favoravelmente no fluxo e, este hiato acabou por provocar uma sinalização de alta do mercado de câmbio ao final do dia na sexta-feira. O BC, atento na sua administração, de pronto, sinalizou “consultando” os “dealers do mercado” sobre eventual interesse em “swaps cambiais”, efeito venda, ou operação conjugada de venda e compra de dólares, agora até oportuno por gerar liquidez neste momento em que o cenário sugere aumento da oferta nos meses seguintes que permitiria aos bancos cumprir a ponta de venda futura com o BC, confortavelmente. Com esta estratégia o BC continua evitando ofertar dólares à vista ao mercado, por razões que já comentamos anteriormente.
A simples sinalização por parte da autoridade monetária “acalmou os ânimos” a partir dos “dealers” e o preço da moeda americana retornou ao entorno de R$ 2,08, preço dentro da zona de conforto da nova banda cambial administrada pelo BC.
Claro está que o BC atuará na gestão da taxa cambial, se cai muito, oferta “swaps cambiais reversos”, se sobe “swaps cambiais” e, se a pressão de alta ocorrer no mercado à vista, oferece operação conjugada de venda e compra, adequando o hiato de tempo até que a oferta consequente das medidas recentes se torne efetiva no mercado.
Nesta linha manterá o dólar entre R$ 2,05 a R$ 2,10, com tendência de estabilidade em torno de R$ 2,08/2,09, sem grande volatilidade, totalmente inelástica aos eventos no cenário internacional, focada no ambiente interno.
O Boletim Focus, divulgado hoje pelo BC datado de 7, indica alta na projeção do mercado do IPCA-2012 de 5,43% para 5,58%, e nos próximos 12 meses de 5,39% para 5,44%. No US$-2012 alterou a projeção de R$ 2,07 para R$ 2,08, que para o final do ano ainda deverá sofrer uma elevação para R$ 2,09 ou R$ 2,10. Acentuou a projeção de baixo crescimento, reduzindo a previsão para o PIB-2012 de 1,27% para 1,03%, aproximando-se do 1% que é projeção em alta consensual do mercado.
Para o próximo ano, a projeção do FOCUS em relação ao US$ está em R$. 2,08, enquanto estamos projetando R$ 2,30 e o crescimento do PIB 3,50%, sendo a nossa em torno de 2,50%.
Normativamente, não esperamos mais mudanças por parte do Banco Central do Brasil neste ano, por acreditarmos que os canais liberados serão suficientes para aquecer o fluxo cambial para o país.
Nossa convicção é que não devemos esperar mais novidades no mercado de câmbio este ano, salvo a atuação profilática do BC mitigando a volatilidade até o final do ano, com os instrumentos citados e já conhecidos. O preço da moeda americana nos parece dado para este ano.