A economia americana dá dois sinais positivos nos seus indicadores que sensibilizam mais as decisões dos investidores, oriundos do mercado de trabalho.
A economia americana dá dois sinais positivos nos seus indicadores que…
A economia americana dá dois sinais positivos nos seus indicadores que sensibilizam mais as decisões dos investidores, oriundos do mercado de trabalho.
A ADP Employment Report, empresa processadora de folhas de pagamento, indicou preliminarmente a criação de 157 mil novas vagas no setor privado nos Estados Unidos, número extraordinariamente superior as projeções dos analistas que se situavam em 60 mil novas vagas.
O “Initial Claims” divulgado pelo Departamento do Trabalho indicou que na semana passada houve 418 mil novos pedidos de auxílio desemprego, resultado abaixo das projeções que se situavam em 425 mil.
A questão do emprego é o foco principal para que ocorra a recuperação da economia americana, extremamente dependente do consumo interno que, por sua vez, é dependente da renda que advém do emprego. Um dado destacado como o indicado pela ADP tem forte impacto nos “ânimos e humor” dos investidores em relação aos Estados Unidos.
De imediato, as bolsas americanas repercutem com altas e intensificação de negócios, enquanto os T-Bills, escolha de fuga nos momentos de incertezas, perde cotação e abre as suas taxas de juros “yeld”, como já ocorre hoje quando as 3 bolsas tem expressivas altas e o T-Bills de 10 anos apontam rentabilidade de 3,16% após terem indicado 3,09% ontem.
Como consequência, o preço do petróleo se fortalece, sendo cotado a US$ 98,95 o barril na Nymex, em alta de 2,38%, ainda mais com a queda de mais de 800 mil barris do estoque americano anunciado hoje, e, o ouro, alternativa nos momentos de incertezas, é operado em queda.
Na Europa, o BCE elevou a taxa básica de juro de 1,25% para 1,50% e isto provoca uma discreta alta do Euro frente ao dólar cotado a US$ 1,4350.
A declaração feita pelo Presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, de que não aceitará default ou evento de crédito seletivo por parte da Grécia parece mais retórica do que uma decisão antecipada, já que é quase consensual de que este país não conseguirá sair da difícil situação fiscal em que se colocou, sem novos tropeços e requisições de ajuda.
Na realidade, a Grécia continua sendo uma preocupação presente atenuada, havendo, por outro lado, preocupação e incertezas em relação aos demais países periféricos da euro-zona. Esta é uma situação não solucionada, que continuará sendo administrada de forma a não causar consequências efetivas e danosas na unidade da euro-zona e na própria moeda Euro.
No Brasil foi divulgado o IPCA de junho com o indicativo de 0,15%, após 0,47% em maio, mas acima das projeções do mercado que estavam em torno de 0,05% até um extremo de deflação. Desta forma, a despeito da queda, o indicador acentua a percepção de que possa ser necessária uma elevação maior do que 0,25% na SELIC, e, por outro lado a política monetária continuará precisando de uma política cambial e ações do BC que induzam e mantenham o real apreciado, já que seus efeitos são mais imediatos na economia do que a alta do juro.
O IGP-DI da FGV registrou queda de 0,13% em junho, em linha com as projeções do mercado.
O índice do IPCA de junho provoca reflexos no mercado de CDI que começa a projetar uma alta maior do que a prevista para a taxa SELIC.
A melhora dos dados na economia americana cria perspectivas de que possa ser reabilitado o fluxo de recursos de investidores para o Brasil, que está prestes a promover, mais uma vez, um ajuste de alta na taxa SELIC, mas isto ainda é bastante incerto, visto que nos últimos 3 meses o fluxo cambial financeiro líquido teve resultado negativo.
A BOVESPA reage de forma mais discreta do que as bolsas americanas que exacerbam nas altas, visto que não há convicção de que possa reagir prontamente, pois o investidor estrangeiro não tem intensificado seus investimentos face a redução das oportunidades de bons investimentos, já que a economia esta desaquecendo, e as “commodities”, sujeitas a volatilidade face aos comportamentos incertos das principais economias, não serem indicação confortável neste momento.
No câmbio perdura a forte especulação por parte dos “hedge funds” no mercado de derivativos, com posições vendidas líquidas acima de US$ 23,0 Bi, mas já se deparando com baixa liquidez, tem mantido este posicionamento praticamente inalterado desde o dia 2 deste mês.
O Ministro Mantega realizou nova investida com anúncios de possíveis normativos para interferir no câmbio, não levada muito a sério, mas de toda forma poderia vir com uma redução mais forte por parte do BC das posições vendidas dos bancos no mercado a vista, o que causaria reflexos no mercado de derivativos, mas ao que tudo indica não será desta vez.
Jornais de hoje mencionam que a prioridade da Presidenta Dilma é o controle da inflação e não o câmbio, e este é um indicativo que não contempla a possibilidade da redução das posições vendidas dos bancos no mercado a vista, pois o real apreciado é fator relevante no controle inflacionário.
O conjunto de fatores externos e internos, principalmente com destaque a prioridade com a inflação, retira pressão sobre a formação do preço no mercado de câmbio a vista, que então relaxa a posição dos especuladores que estavam incomodados com a queda de liquidez para reverterem suas posições e assim a moeda americana volta a ter uma depreciação expressiva, caindo neste momento 0,93% cotado a R$ 1,5548.