A volatilidade deve continuar sendo a característica predominante dos vários segmentos do mercado financeiro global.
Há receios e percepções de que o “teto do mercado financeiro e…
A volatilidade deve continuar sendo a característica predominante dos vários segmentos do mercado financeiro global.
Há receios e percepções de que o “teto do mercado financeiro e economia europeia” pode vir a romper-se a qualquer momento.
Uma “moratória” por parte da Grécia já não é algo impensável, pode estar mais perto do que se imagina, assim como a possibilidade de uma renúncia do Primeiro Ministro grego, já fragilizado para enfrentar toda a revolta popular. Pedir moratória e sair da eurozona, aplicando forte desvalorização à moeda grega de origem, poderia fazer acentuar-se as desconfianças sobre Espanha, Portugal, Irlanda, Itália e outros mais, e atingir o sistema bancário financiador destes países.
Uma notícia tardia ontem do “Financial Times” mencionando que as autoridades governamentais europeias haviam definido a capitalização dos bancos, por si só, foi habilmente aproveitada pelos mercados financeiros, ainda abertos, que se reanimaram e passaram a operar em alta.
Nesta quarta-feira a Comissão Europeia, através a porta-voz Pia Ahrenkilde, esclareceu que não existe um plano europeu para recapitalizar os bancos, apesar de considerar importante que as ações nacionais para respaldar as instituições aconteçam de forma ordenada, não confirmando assim a notícia do “Financial Times”.
A notícia de ontem, acabou estimulando as bolsas europeias que operam em alta, mas não há razões fundamentadas para que este fato tenha sustentabilidade.
Nos Estados Unidos, uma notícia da ADP, empresa especializada em processamento de folhas de pagamento, indica que o país deve ter criado 91 mil novas vagas de emprego em setembro, número acima da melhor projeção que se situava entre 45 mil a 60 mil.
Este fato faz com que as bolsas americanas consigam sustentar a alta hoje, mesmo com o desmentido da recapitalização dos bancos europeus, que foi o mote para a valorização de ontem.
O Euro está sendo cotado a US$ 1,3336. O juro “yeld” para os T-Bills de 10 anos sobe para 1,88%, com a concomitante perda de demanda destes papéis. O petróleo sob a US$ 77,40 o barril na Nymex.
Se os dados sobre a geração de empregos não se confirmar com os dados oficiais a serem divulgados na próxima 6ª feira, certamente, haverá um manifesto desapontamento.
No Brasil, o Banco Central tem feito o seu papel com eficiência, gerando a liquidez necessária no mercado de derivativos, que foi muito afetada pela tributação do IOF, minimizando assim as pressões altistas do preço da moeda americana que emanavam de posições em desconforto remanescentes neste mercado e que, agora, foram substantivamente reduzidas.
Este comportamento distancia a possibilidade de medida reversiva que vinha sendo reivindicada pelos “players” deste mercado de derivativos em relação ao IOF.
Cabe, contudo, à autoridade manter foco e monitoramento no comportamento do mercado de derivativos e no mercado à vista, de forma a atender com eficiência demandas efetivas e procedentes, ou seja, não especulativas, de liquidez e atuar de forma rápida evitando que possam pressionar o preço.
As mudanças e re-acomodações ocorridas nos posicionamentos no mercado de derivativos foram expressivas na virada do mês, restando poucos ajustes, contudo, já não expressivos a ponto de alavancarem o preço da moeda americana.
Todavia, o quadro caótico externo continua determinando influência marginal nos nossos mercados, já que torna imperativo o desmonte de investimentos em renda fixa e variável por parte dos estrangeiros, para reforçar seus “caixas” no exterior face à crise, e promove a requisição das matrizes as suas filiais, aqui estabelecidas, de lucros, dividendos, juros e transferências de disponibilidades, para fortalecer a formação de “colchão de recursos” defensivos em relação à retração do crédito.
Entendemos que o preço da moeda americana, gradualmente, deva retornar para R$ 1,70 a R$ 1,75, já que os fatores que a pressionaram fortemente, em grande parte, foram banidos pela medida do IOF e posterior geração direta de liquidez por parte do BC, e, os fatores que ainda pressionam o preço devem ir se exaurindo nos próximos dias, na medida em que o fluxo cambial recupere equilíbrio, acreditamos que no momento esteja negativo, ou o BC passe a atuar gerando equilibradamente liquidez, desta vez no mercado a vista.