Análise do Mercado – 04/05/2011

O mercado de câmbio brasileiro dá sinais claros de baixa liquidez no segmento físico com a retração dos ingressos de recursos externos e este fato vem se fortalecendo como tendência e, na ponta, pressiona o mercado de cupom cambial-DDI…

O mercado de câmbio brasileiro dá sinais claros de baixa liquidez no segmento físico com a retração dos ingressos de recursos externos e este fato vem se fortalecendo como tendência e, na ponta, pressiona o mercado de cupom cambial-DDI.

A alta do cupom cambial curto reduz a atratividade do “carry trade” e este fato agregado a outros fatores como o reduzido espaço agora existente para ampliação nas posições “vendidas” dos principais bancos, circunstância que limita a capacidade de venda dos mesmos, tecnicamente deixa o mercado muito pressionado, e, com os estrangeiros vendidos líquidos US$ 15,4 Bi no mercado futuro, US$ 10,4 Bi vendidos no cupom cambial e mais US$ 5,0 Bi no dólar futuro, ocorre um “corner” na eventualidade dos vendidos desejarem diminuir suas posições, e este fato pressiona a taxa da moeda americana para cima.

Este quadro determina que o dólar se valorize no nosso mercado, descolado do comportamento de queda no mercado externo.

Com a redução do fluxo cambial que está com forte sinalização de viés negativo, decorrente da inibição provocada pelo IOF nos ingressos de empréstimos de curto prazo e aplicações financeiras de investidores estrangeiros, tanto em títulos quanto na BOVESPA que desperta baixo interesse neste momento, fica muito arriscado especular com o real, pois há o risco de perdas efetivas.

A tendência sistêmica de apreciação do real contumaz, em grande parte estimulada pelo próprio governo e acentuada pelos especuladores que acreditam que ainda não seja o momento de efetivamente apreciar a moeda americana no mercado brasileiro, pois o real valorizado é forte antídoto às pressões inflacionárias, está sob risco de intensificar a volatilidade em razão da salientada baixa liquidez do mercado físico.

Este quadro sempre conduz o BC a ofertar “swaps cambiais reversos” para aliviar a pressão no mercado de cupom cambial, reduzindo a pressão altista sobre o juro sobre dólar, implícito nas operações de cupom cambial-DDI.

Mas, esta necessidade constante coloca risco e pode determinar movimentos dos estrangeiros desejando reduzir suas posições “vendidas” líquidas de US$ 15,4 Bi e isto poderia deixá-los à mercê dos bancos que na contra-ponta detêm no mercado futuro que estão “comprados” em US$ 16,7 Bi, sendo US$ 7,9 Bi no cupom cambial, que para dar liquidez certamente buscam a otimizar o máximo seus ganhos, o que provoca a alta do preço da moeda americana, posteriormente amenizada quando o BC oferta os “swaps cambiais reversos”.

Os bancos também não podem suprir a liquidez de forma muito ampla, já que estão “vendidos” no mercado físico e não é conveniente que fiquem muito expostos, o que ocorreria se gerassem liquidez no mercado futuro, cujas posições “compradas” representam “hedge” do posicionamento no mercado físico.

Por isso, podemos presenciar um período mais volátil, sem que este fato coloque efetivamente à moeda americana em tendência de alta sustentável.

Nos Estados Unidos, as bolsas reagem com quedas expressivas aos indicadores preliminares sobre geração de emprego fornecidos pela ADP, ainda projeção, mais aquém do esperado pelos analistas. Da mesma forma o ISM veio apontando perda de atividade.

O petróleo é cotado na Nymex em queda de 1,73% ao preço de US$ 109,36 o barril. Os “treasuries” de 10 anos apontam rendimento em queda indicando 3,22% face à valorização. O dólar se desvaloriza ante o euro que vale US$ 1,4857 e a libra esterlina cotada a US$ 1,6527.

 

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