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Otimismo com Biden Presidente resistindo a riscos do retorno da covid no radar!

Fatos políticos importantes ocorridos devem ter repercussões sancionadas pelo mercado financeiro.

Trump, embora relutante quanto a aceitação natural, emite sinais de reconhecimento da derrota na disputa Presidencial e desta forma diminui eventuais tensões residuais que poderiam advir de contestações mais intensas, e isto deve repercutir no mercado global.

No Brasil, o resultado das eleições municipais em todo o país, sinalizou para o governo que o apoio suposto não é bem da dimensão estimada e que haverá dificuldades para obter as convergências fundamentais para implementar as reformas imprescindíveis à economia brasileira, bem como a interrupção dos benefícios às classes menos favorecidas face a pandemia do coronavírus.

No geral o que se percebe é um empenho das principais economias no sentido de retomar as atividades econômicas, mesmo com a preocupante dimensão da 2ª onda da pandemia do coronavírus, que implica em medidas restritivas às atividades plenas e a necessidade de novos aportes substantivos de recursos para ancorar a retomada das atividades econômicas.

O esforço que se percebe é o de buscar conciliar a retomada da atividade econômica convivendo com a pandemia do coronavírus, algo bastante desafiador e que exigirá por parte dos países novos consistentes aportes de recursos, que vai, seguramente, encontrar os emergentes em situação bastante desfavorável caso sejam afetados com contundência.

A eleição de Biden para a Presidência americana causou certo “relaxamento” na visão cética sobre o risco externo, e isto, pode ajudar os emergentes a participar da realocação de algo como 3 trilhões de dólares, principalmente com captações de médio/longo prazos, mas isto dependerá de ofertarem juros compatíveis com seus “status quo” efetivos já que os investidores buscam rentabilidade.

Os países asiáticos têm sido os preferidos, mas países como Brasil, México e Turquia podem retomar atratividade, mas precisam deixar o irrealismo dos juros que praticam, em especial o Brasil, para, a despeito do risco fiscal, readquirir o interesse dos investidores.

O Brasil, a despeito da crise fiscal, tem tradição de bom pagador e detêm reservas cambiais em volume que o faz credor líquido em moeda estrangeira, que culmina com um CDS mediano e que poderia ser mais baixo se não afetado pela crise fiscal expressiva e sem cenários prospectivos que tranquilizem o risco do rompimento do teto orçamentário.

Espera-se que o recado das urnas, ainda que municipais, sinalize para o governo que é preciso mudar de atitude, ser efetivo protagonista na implementação das reformas estruturais, programas de privatizações, e ajustes imprescindíveis na política monetária e cambial, onde há profunda assimetria na relação juro x câmbio, buscando uma gestão mais assertiva e menos de trader nestes quesitos, focando o interesse maior do país perante a comunidade global e não somente focando os interesses imediatos do BC/TN, e destruindo a atratividade de capitais estrangeiros pelo país, algo fundamental na atualidade.

O povo tem sinalizado que precisa da continuidade dos programas assistenciais, para os quais o governo não tem recursos e nem fontes de financiamento, mas deseja mais do que isto e não está satisfeito, como era de se supor, com o que tem sido oferecido pelo governo e suas iniciativas na gestão.

O “viés” populista, ao que tudo indica, não foi aprovado pelos sinais emitidos nos resultados eleitorais.

O IBC-Br de 1,29% em setembro foi alvissareiro, mas o país ainda tem massa impressionante de desempregados e desalentados com baixa perspectiva de emprego e na cadeia o consumo e a renda ficam dependentes dos programas assistenciais do governo, que uma grande maioria de analistas não destaca a efetiva relevância nos sinais primários de recuperação da atividade econômica.

O governo está num “corner”, como temos destacado, então urge que observe os pontos que reconduziriam o país à atratividade externa para investidores em conta capital, via privatizações ou novos empreendimentos, e, com a adequação do juro à sua realidade, reconstrua a atratividade dos investidores externos em renda fixa e obtenha grande contribuição para a rolagem da Dívida Pública, que precisa ser realinhada para longo prazo e que, face à esta discrepância, tem sido encurtada no tempo.

É absolutamente relevante que o governo, por seus integrantes, reduza a intensidade retórica e de promessas e se torne mais efetivo e assertivo em suas ações, assumindo postura protagonista e articulador político dos interesses maiores do governo.

Se focar suas ações na reeleição em 2022, seguramente sofrerá fortes restrições as suas proposituras no campo das reformas e desenvolvimento dos programas, como as privatizações, no campo político.

A melhor definição da eleição de Biden reconduz o dólar à fragilização ante as moedas emergentes ligadas a commodities, e então o real deve repercutir esta depreciação do dólar, enquanto a Bovespa ainda deverá manter o viés de alta, mas acreditamos que a influência do ambiente externo deverá ser reduzido, e é importante observar se o fluxo positivo externo tem sequência, visto que não há um grande número de papéis atrativos que não possam ser adquiridos também em Wall Street diretamente, sem precisar migrar para a Bovespa.


Sidnei Moura Nehme
Economista e Diretor Executivo da NGO


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