São Paulo, 24/04/2014 - O Banco Central pode já ter encerrado a rolagem dos contratos de swap que vencem em 2 de maio. Na noite de hoje, a instituição não publicou - como vinha fazendo - comunicado indicando realização de leilão de rolagem para manhã. Embora nada impeça o BC de convocar a operação na manhã desta sexta-feira, o mais provável é que, como ocorreu no início de abril, parte dos contratos de swap vençam normalmente, com alguns bilhões de dólares sendo retirados do sistema. Do total de 174.650 contratos a vencer no próximo mês (US$ 8,733 bilhões), 130.000 já foram rolados (US$ 6,500 bilhões). Faltam US$ 2,233 bilhões.

Se a interrupção se confirmar, esta será a terceira vez, desde agosto do ano passado, quando começou seu programa de intervenções diárias, que o Banco Central fará uma rolagem parcial. No vencimento de abril, o BC rolou apenas US$ 7,5 bilhões dos US$ 10,148 bilhões programados, enxugando os US$ 2,648 bilhões restantes. No de novembro, foi rolado dois terços do total de US$ 8,9 bilhões.

Ao longo deste mês, profissionais do mercado de câmbio já vinham discutindo a possibilidade de o BC, mais uma vez, fazer a rolagem parcial. Tudo porque o dólar, ao contrário do que ocorreu em outros meses, mostra-se mais acomodado ante o real. Nas últimas semanas, a moeda americana negociada no balcão vem oscilando numa faixa entre R$ 2,20 e R$ 2,25 - distante do nível de R$ 2,40 superado em vários momentos no início do ano.

Embora muitos analistas enxerguem a tendência de o dólar, no segundo semestre deste ano, voltar a patamares mais altos, o cenário atual para a moeda abriu espaço para o BC, novamente, enxugar uma parcela dos recursos disponíveis no mercado, deixando de rolar todos os swaps.

No caso das intervenções diárias, o BC confirmou que amanhã vai ocorrer novo leilão de 4 mil contratos de swap (US$ 200 milhões), como de costume. Porém, como não deve ocorrer a operação de rolagem - normalmente, de 10 mil contratos (US$ 500 milhões) -, o dólar pode operar com certo viés de alta ante o real no início do dia, com os investidores se ajustando à perspectiva de, no início de maio, US$ 2,233 bilhões serem retirados do mercado. (Fabrício de Castro - fabricio.castro@estadao.com)


Fonte: AE Estado - Fabrício de Castro

 

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