Dólar vira e volta a R$ 3,10 mesmo com pressão do exterior e tensão política

Moeda norteamericana chegou a bater em R$ 3,16, mas virou com força após a abertura dos mercados norteamericanos

SÃO PAULO Após renovar seu maior patamar desde agosto de 2004, e ameaçar nova alta nesta terça-feira (10)  chegando a bater no patamar de R$ 3,16 , o dólar comercial virou para queda pouco depois da abertura do mercado nos Estados Unidos. Às 10h41 (horário de Brasília), a moeda tinha perdas de 0,78%, cotada a R$ 3,1049 na compra e R$ 3,1054 na venda.

As bolsas nos Estados Unidos abriram com forte queda de 1% com especialistas indicando grande temor diante da recente disparada do dólar em todo o mundo. A opinião de analistas por lá é que essa forte alta da moeda possa começar a prejudicar as companhias e as ações. O dólar "está começando a ficar em níveis muito perigosos por causa do euro", disse Peter Cardillo, economistachefe da Rockwell Capital Global, acrescentando que é possível correção de curto prazo na divisa.

"O dólar vem subindo com força e quem precisa vender não sabe se entra agora ou mais tarde. Por isso, é normal o câmbio dar alguns respiros, embora a tendência ainda seja definitivamente de alta", disse o operador da corretora Walpires José Carlos Amado.

Para o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto, "os investidores vão ficar muito cautelosos com ativos domésticos e preparados para assumir posições defensivas de olho em todos os sinais que saiam nos próximos dias".

Mais cedo, o dólar renovou suas máximas ante as principais moedas globais em meio a especulações de que o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, disse em sua última fala no posto de que o juro deveria começar a subir gradualmente à medida em que o emprego melhora.Vale lembrar que o último relatório de emprego, divulgado na sexta, aumentou a expectativa de que uma elevação dos juros está próxima de ocorrer.

Enquanto isso, no cenário doméstico, segue a pressão política da última semana, enquanto o apoio da presidente Dilma Rousseff segue em queda, o que aumenta a tensão sobre os ajustes fiscais planejados pelo governo. Em matéria, o jornal Folha de S. Paulo afirma que o Palácio do Planalto já começa a se movimentar para tentar conter a disparada do dólar, buscando resolver "urgentemente" a crise política.

Para o diretor da NGO Corretora de câmbio, Sidnei Nehme, "embora o Brasil tenha reservas, quando se observa o tamanho do risco cambial brasileiro nota-se que a expressividade do montante não é tanto quanto se costuma dizer". "O preço do câmbio está solto, absolutamente descolado de fundamentos e alavancado por temores do mercado de que o que está ruim possa ficar pior", disse ele.

Em entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que essa alta do câmbio não irá prejudicar o trabalho do Banco Central no combate à inflação. "Não é segredo que o dólar tem se apreciado contra a maioria das moedas. Há dois anos e pouco ele valia menos de 80 ienes, agora vale 121 ienes, ou seja, uma desvalorização de 50%", destacou o ministro.

"No Brasil, a volatilidade do dólar, maior nos últimos dias, tampouco se transmite linearmente à inflação. Até porque o BC tem pleno uso dos instrumentos clássicos de política monetária para alcançar o objetivo de todos, que é a convergência da inflação para a meta de 4,5%. De qualquer modo, já tive ocasião de notar que a ideia de que um câmbio mais fraco é a grande solução para o Brasil não está correta, apesar da sua popularidade em alguns círculos", completou Levy.


Fonte: Infomoney
Link: http://goo.gl/EvtJgs
Autor: Reuters
Data de publicação: 10/03/2015

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